Cansados de consumir bebidas fracas como cervejas e vinhos, os europeus no século XVI aprenderam que, desdobrando as moléculas de açúcares presentes no suco de algumas frutas através da fermentação e, submetendo-as à destilação, conseguiriam, então, capturar o “espírito desses produtos”.
Assim, nasceram os diversos destilados. O que destinguem uns dos outros, são os ácidos voláteis, os álcoois superiores e os ésteres. Tais “impurezas” transferem algo do sabor e o odor fermentado para o destilado, denunciando suas origens.
Cada país desenvolveu sua bebida nacional. Nós, a partir do século XVII, destilamos caldo de cana fermentado e descobrimos a bebida que mais atendia ao paladar do nosso povo, a cachaça.
Valorizando o que é nosso, multiplicaram-se as modernas cachaçarias em todas as grandes e médias cidades. Isso exigia sempre um produto de qualidade superior.
Bidestilada e envelhecida, obtemos uma bebida tão nobre e saborosa como qualquer outra desse tipo produzida no Brasil.
Como já dizia Carlos Drummond de Andrade, “a cachaça é uma utilidade pública brasileira, remédio que não se compra em farmácias e costuma produzir muito mais efeito que as drogas sofisticadas, com suas bulas herméticas”.
“Não lhe faço apologia, de que não precisa, registro sua presença cultural, seu fascínio sobre a mente do povo”, dizia o poeta.
1º A aguardente bruta é adquirida de fornecedores de alta produção.
2º Em seguida, é bidestilada, eliminando-se diversas impurezas.
3º Envelhecida em tonéis de madeira nobre por no mínimo 18 meses, a cachaça adquire aroma e buque próprios.
4º É feita a homogenização com água mineral.
5º Posteriormente, essa cachaça bidestilada é descansada por mais 6 meses nos tonéis para adquirir o correto grau alcoólico.
6º A bebida é filtrada, rotulada e lacrada depois do engarrafamento.
7º O último passo a comercialização é distribuí-las em caixas de 6 unidades.
Quando a cachaça passar por uma bidestilação, conseguimos eliminar diversos resíduos nocivos, responsáveis pela “ressaca” e “dor de cabeça”. Essas características denunciam aguardentes de má qualidade.
Os principais resíduos, como o carbamato, furfural, cobre, elevada acidez e óleo fusel, responsáveis pelos sintomas citados, diminuem consideravelmente com a bidestilação.
Em diversos países do mundo, as bebidas com maior excelência na qualidade são bidestiladas.
Durante o processo de envelhecimento em barris de madeiras nobres, a cachaça bidestilada absorve o ar que a cerca.
Além disso, os tonéis perdem volume e força e adquirem bouquê e tonalidades especiais.
Cada tonel confere sabor próprio ao seu conteúdo.
Com 18 meses de envelhecimento, conseguimos uma aguardente de qualidade excepcional!